06 março 2014

0

Osvaldo Cruz - Cientista





Médico, cientista e sanitarista brasileiro, Osvaldo Cruz foi um pioneiro no estudo de moléstias tropicais e fundador da medicina experimental no Brasil.
Osvaldo Gonçalvez Cruz nasceu no dia 5 de agosto de 1872, em São Luís do Paraitinga, serra da Mantiqueira, no Estado De São Paulo. Filho de D. Amélia e do também médico Bento Gonçalvez Cruz, com quem Osvaldo aprendeu os valores da tenacidade e dedicação aos doentes. A mãe lhe ensinou autodisciplina e lhe alfabetizou. Aos cinco anos, ele já sabia ler e escrever.
Em 1877, a família Gonçalvez Cruz mudou para o Rio de Janeiro, onde passou a viver. Osvaldo entrou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887 aos 14 anos de idade. Ainda enquanto aluno, em 1891, ele publicou dois trabalhos sobre microbiologia. Formou-se como médico em 1892, com apenas 20 anos de idade, tendo defendido a tese intitulada: Da veiculação microbiana pelas águas. Osvaldo Cruz clinicou no Rio de Janeiro até meados de 1896, quando viajou para a França com sua esposa. Em Paris, começou a trabalhar com Ollier e Vilbert em medicina legal, mas sua verdadeira paixão era a microbiologia. Em 1897, finalmente conseguiu ser admitido como estagiário no Instituto Pasteur, dirigido pelo Dr. Émile Roux, descobridor do soro antidiftérico. Dr. Émile Roux e o Dr. Ellie Metchnikoff se tornaram seus principais orientadores profissionais.  
Osvaldo Cruz foi convidado pelo Dr. Roux - que admirava seu trabalho - para permanecer trabalhando no Instituto Pasteur. No entanto, Osvaldo decidiu regressar ao Brasil em 1899. Mal acabara de chegar, recebe a notícia, no porto de Santos, em São Paulo, que havia sido deflagrada uma epidemia de peste bubônica. O Instituto de Higiene o encarregou de avaliar a extensão do mal.
Osvaldo Cruz é designado para organizar o combate ao surto da peste bubônica em Santos e em outras cidades portuárias. Ocorre que a epidemia seria incontrolável sem o uso de um soro adequado que era importado pelo Brasil. Diante da probabilidade de uma demora na importação do soro - que seria fatal para muitos brasileiros - Osvaldo Cruz propôs ao governo algo até então inédito: fabricar o soro no País.
Foi fundado então em 1900 na fazenda de Manguinhos, nos arredores do Rio de Janeiro, o Instituto Soroterápico Nacional - atual Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). Os governantes brasileiros não acreditavam na capacidade de Osvaldo Cruz. Após afirmar que "Não há no País um técnico competente para dirigi-lo", o Barão de Pedro Afonso - diretor do Instituto Soroterápico - escreveu ao Dr. Roux do Instituto Pasteur, solicitando que indicasse e cedesse um de seus melhores colaboradores para comandar o projeto. O Dr. Roux respondeu que um de seus técnicos mais qualificados vivia no Rio de Janeiro e se chamava Osvaldo Cruz!
Em julho de 1900, Osvaldo Cruz é convidado para assumir a direção do Instituto de Manguinhos. Ele aceitou o convite, apenas assumindo o posto após conseguir que equipamentos de última geração fossem comprados para equipar o Instituto. Em sua gestão, Osvaldo conseguiu reunir uma excelente equipe de jovens pesquisadores - disciplinados e competentes - com quem fez a instituição atingir um elevado nível como centro de fabricação de vacinas e de medicina experimental.
Em 15 de novembro de 1902, Rodrigues Alves foi eleito Presidente da República. O novo Presidente promoveu a revolução urbana no Rio de Janeiro e declarou que iria acabar com as doenças que traziam desgraça e vergonha para o País: febre amarela, peste bubônica e varíola. Rodrigues Alves nomeia Osvaldo Cruz como diretor-geral da Saúde Pública - um cargo que na época era equivalente ao de Ministro da Saúde nos dias de hoje. O objetivo da Saúde Pública era o de erradicar do Rio de Janeiro a febre amarela, a peste bubônica e a varíola.
Sem contemplações políticas, Osvaldo Cruz assumiu pessoalmente a liderança da equipe sanitária, iniciando um rigoroso programa de combate à moléstia, que incluía o isolamento dos doentes e a vacinação obrigatória. Osvaldo instituiu as famosas brigadas de "mata-mosquitos" - guardas sanitários que percorriam as residências eliminando focos do mosquito transmissor da febre amarela - o Aeges aegypti. No primeiro semestre de 1903, no Rio de Janeiro, ocorreram 469 óbitos resultantes da febre amarela. Já no primeiro semestre de 1904, o número de óbitos caiu para 39.
Em 1906, a epidemia da febre amarela foi dada como extinta. No entanto,  ocorreram algumas manifestações populares contra as medidas adotadas por Osvaldo Cruz, principalmente em relação à obrigatoriedade da vacinação. Não obstante, a tenacidade e dedicação de Osvaldo Cruz contribuíram para erradicar doenças que anteriormente dizimavam a população brasileira.
Em sua gestão como diretor-geral da Saúde Pública, Osvaldo Cruz conseguiu erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Em 1908, em reconhecimento pelo seu trabalho, o Presidente Afonso Pena nomeou o Instituto de Manguinhos de Instituto Osvaldo Cruz. Em 1909, exausto, Osvaldo renunciou à direção da Saúde Pública e passou a se dedicar integralmente ao Instituto Osvaldo Cruz.
No ano seguinte, em 1910, foi convidado para investigar as condições sanitárias do local onde trabalhavam as pessoas responsáveis pela construção da via férrea Madeira-Mamoré, no Amazonas. Osvaldo Cruz verificou que os trabalhadores e a população vizinha da região sofriam crises de malária. Para combater a epidemia, Osvaldo receitou doses maciças de quinino, de acordo com os resultados das pesquisas de Artur Neiva e Carlos Chagas. Em seguida, foi para Belém do Pará, onde foi chamado para enfrentar a febre amarela mais uma vez. Em 1912, comandou com Carlos Chagas o saneamento do vale amazônico.
Durante sua vida, Osvaldo Cruz recebeu várias honrarias e homenagens. Em 1907, em Berlim, no XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia, ganhou a medalha de ouro em reconhecimento por seu trabalho. Em 1911, a Exposição Internacional de Higiene (Dresden, Alemanha) conferiu um diploma de honra ao Instituto Osvaldo Cruz. Em 1912, Osvaldo Cruz foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1914, a França, tendo sido beneficiada em suas colônias na África pelas descobertas de Osvaldo Cruz, concedeu ao brasileiro a Legião de Honra - a mais alta distinção republicana francesa.
 Em 1916, exausto e doente e sofrendo de aguda insuficiência renal, Osvaldo Cruz retirou-se para Petrópolis. Abandonou suas atividades científicas e o Instituto Osvaldo Cruz que tanto amava e que era ainda chamado de Castelo de Manguinhos. No dia 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos de idade, Osvaldo Cruz faleceu, deixando de herança uma fundação que produziu 60% das vacinas do mundo.
Frase Famosa:
"O saber contra a ignorância, a saúde contra a doença, a vida contra a morte... Mil reflexos da Batalha Permanente em que estamos todos envolvidos..."

Osvaldo Cruz

Pesquisa realizada para o aluno Miguel Alexandre, estudante do 5º ano Fundamental II

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Olá! Que bom que você veio e que legal que me deixou um recadinho! Respondei o mais breve possível por email.Muito obrigada e volte sempre!

Template Coisas Simples Encantam - Todos os direitos reservados |Instalação Sol Oliveira | No ar, desde de 31/07/2009. Tecnologia do Blogger.